terça-feira, 26 de agosto de 2008

Adoçando corações


Estive um pouco ausente por conta de algumas atividades e visitas importantíssimas em minha casa (minha querida irmã), mas nada que me fizesse esquecer da vida cheia de alegrias e atitudes inusitadas de meu querido pai, em especial na época do Natal.
Em Itajubá/MG muitas casas comerciais e supermercados o contratavam para a função de Papai Noel, pois seus cabelos branquinhos e sua longa barba o incentivaram a um meio bem divertido de ganhar alguns trocados nessa época do ano.
Tinha uma verdadeira adoração em vestir aquela roupa um tanto quanto surrada, munir-se de um pequeno sino (que hoje brilha com seu lindo som em meu sítio para chamar os passarinhos na hora das refeições), colocar nas costas um enorme saco vermelho, uma grande bolsa cheia de bombons, pirulitos e balas e esperar a lotação para levá-lo ao exercício de sua maravilhosa função.
Crianças com seus olhinhos brilhantes sempre se achegavam a ele na ânsia de pegar em suas mãos e ganhar sempre algum doce, mas o mais lindo de tudo o que girava em torno de meu inesquecível Papai Noel, é que ele sempre reservava alguns doces em sua sacola para os adultos que se esqueciam da importância do espírito natalino. Sempre que via algum adulto bravo ou meio carrancudo pelas dependências do estabelecimento em que estava, corria a retirar um bombom de seu pequeno saquinho e o oferecia, dizendo: “tome um doce para adoçar a boca e o coração!”. Logo a face franzida pela preocupação ou tristeza dava lugar a um belo sorriso.
Sempre me lembro com saudade de como ele me contava isso com uma pontinha de orgulho e a sensação do dever cumprido em meio a largos risos entremeados por aquela tosse contínua habitual.
Dizia que todos precisavam muito disso...de uma palavra amiga para mudar a vida. Como sempre, você tinha razão pai, e o seu riso é o quadro que ainda está pendurado na parede da minha memória com essa grande lição de vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quantas vezes perdemos a bela oportunidade de conhecer histórias, hoje tirei um tempo p/ ler essas e me encantar com a simplicidade de um homem, que ñ perdia a oportunidade de louvar a natureza.È bom reservar sempre um tempinho, ler, reler e se encantar.Obrigado Rita e D.Marília, mais uma emoção em minha vida, das boas. Um abrço...